terça-feira, 5 de julho de 2011

Dois anos depois

Não me parecia muito tempo. Talvez eu nem tivesse a percepção da rapidez com que a vida passa. Dezenas de livros, como as aventuras instigantes de " O velho e o mar" de Ernest Hemingway, o encanto de "Longe é um lugar que não existe" de Richard Bach, "O Pequeno Príncipe" e " Terra dos Homens" de Saint-Exupéry, Carlos Castanheda e sua literatura xamânica, Dom Juan e suas feitiçarias, entre tantos outros, já faziam parte do meu imaginário. Experiências incomuns e assustadoras habitavam minhas memórias mais recentes, como um rio caudaloso deslizando sobre o leito esguio. Eu podia sentir. Havia um vasto oceano mais a frente onde desaguariam os anos seguintes da minha trajetória.Só não sabia o quão obscuros seriam. A adrenalina da existência não parava de irrigar minha alma. A intensidade das descobertas sugeriam um futuro de riqueza espiritual com a qual em jamais havia sonhado. Mas estava acontecendo. Era real.
Um dos primeiros livros que li entre doze e quatorze anos aguçou minha sede por aventuras e pelo desconhecido. As experiências de um feiticeiro mexicano com mescalina, droga extraída do cacto conhecido como peiote e usada em rituais religiosos, mexeu com minha curiosidade e acelerou minha imaginação.
Experimentar aquilo seria, definitivamente, o auge da minha busca. Uma força estranha me atraía para dentro do universo da magia. Havia alguma coisa do outro lado da vida e eu queria experimentar.

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