segunda-feira, 4 de julho de 2011

Um ano antes


Era um dia como outro qualquer. Não havia nada interessante, além do silêncio sombrio da noite. Parecia que nada ira acontecer. A vida porém, dizia alguém, é uma caixinha de surpresas.
Aos doze anos, tudo o que resta para um adolescente é recolher-se, e lá pelas dez da noite, só podia ser pela imposição dos meus pais já estressados da correria do dia-a-dia. Nesta idade eu ainda não fazia a menor ideia do quanto a vida era difícil. Ainda alimentava meus sonhos de um futuro melhor, diferente da vida que minha família levava.
Lá pelas tantas, ferrei no sono. Começava aí um tempo novo de aventuras incríveis em minha vida. Nunca tive lembranças de sonhos, na verdade, nem sei se havia sonhado anteriormente, desta vez, porém, era diferente. Era um sonho bem real. Realismo que me fazia sentir coisas maravilhosas. Era como se um mundo novo se descortinasse bem diante dos meus olhos. Lá estava eu, parado diante de uma imensa pradaria, e eu começava a correr e correr e quanto mais eu corria mais velocidade eu atingia e num repentino salto, começava a voar.
Era uma sensação incrível. Jamais havia experimentado emoções tão fortes como voar de maneira tão real. Mergulhos rasantes eram minhas brincadeiras favoritas. Saltar do chão para a copada de uma árvore, dando mortais de costas e caindo em pé sobre a copa era demais. Uau, nenhum brinquedo poderia causar tamanha euforia. Durante um ano inteiro, todas as noites eu sonharia de novo o mesmo sonho.

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